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Postura corporal na hora de tomar comprimido pode influenciar na absorção do remédio

Modelos biomecânicos jogam luz sobre complexidade de fatores envolvidos na dissolução de um medicamento.   Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein   O simples fato de o paciente estar em pé ou deitado pode fazer diferença na forma como o organismo absorve os medicamentos ingeridos via oral, revela uma nova pesquisa da Universidade Johns Hopkins, [...]

02/09/2022 08h00 Atualizado há 611 dias

Modelos biomecânicos jogam luz sobre complexidade de fatores envolvidos na dissolução de um medicamento.

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein

O simples fato de o paciente estar em pé ou deitado pode fazer diferença na forma como o organismo absorve os medicamentos ingeridos via oral, revela uma nova pesquisa da Universidade Johns Hopkins, liderada por cientistas americanos.

Em um estudo inédito, os autores usaram modelos biomecânicos computacionais e simularam a posição do paciente após engolir um remédio. Assim, eles avaliaram a velocidade do esvaziamento do estômago e a disponibilidade da droga no organismo.

Após fazer a comparação para várias posições, os cientistas observaram:

  • Quando o paciente está de pé, o conteúdo se esvazia rapidamente;
  • Quando está deitado do lado direito, há um aumento significativo na concentração do remédio;
  • Quando está deitado do lado esquerdo, a absorção ocorre de forma mais lenta.

Sabe-se que a trajetória de um comprimido dentro do organismo é muito complexa e depende de fatores tão diversos quanto o conteúdo do estômago, a movimentação gástrica, as contrações do órgão, a mecânica dos fluidos e a gravidade, além da composição da cápsula. Há pessoas que sofrem das chamadas gastroparesias — problemas na musculatura ou nos nervos do estômago que afetam o esvaziamento.

Dependendo do perfil do medicamento e do objetivo, pode ser importante atingir um pico de concentração máxima em determinado momento. Ou, ao contrário, pode ser preciso manter uma curva mais estável durante todo o tempo de ação da droga.

“É um estudo interessante que talvez ajude no futuro a explicar porque alguns remédios dão certo resultado em determinados pacientes, em especial aqueles com gastroparesia”, pondera o gastrenterologista Rafael Ximenes, do Hospital Israelita Albert Einstein em Goiânia.

“Mas ele não levou em conta, por exemplo, a composição do suco gástrico, que não é homogêneo, e casos de pacientes com refluxo”, alerta o especialista.

Segundo os autores, os dados podem servir para nortear pesquisas clínicas e avaliar, por exemplo, a ação de remédios que são absorvidos na parte superior do trato gastrointestinal e que precisam ser retidos no estômago por mais tempo. O artigo também poderá ser considerado nos casos de medicação para pacientes idosos ou acamados.

Fonte: Agência Einstein

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