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Crédito: Sven Mieke / Unsplash

Mais do que a genética, bons hábitos determinam envelhecimento saudável

70% de como envelhecemos depende tão somente da forma como vivemos, dos hábitos que mantemos e do ambiente   Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein   Enquanto alguns idosos estão em cadeira de rodas, outros, com a mesma idade, se preparam para a próxima maratona. O que levou cada um até ali? Na grande maioria [...]

20/07/2022 08h00 Atualizado há 636 dias

70% de como envelhecemos depende tão somente da forma como vivemos, dos hábitos que mantemos e do ambiente

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein

Enquanto alguns idosos estão em cadeira de rodas, outros, com a mesma idade, se preparam para a próxima maratona. O que levou cada um até ali? Na grande maioria dos casos, foram as escolhas ao longo da vida. Se ninguém pode garantir como chegaremos lá, pelo menos é possível aumentar as chances de estar no grupo dos mais ativos e saudáveis. Isso porque nada menos do que 70% de como envelhecemos depende tão somente da forma como vivemos, dos hábitos e do ambiente. Apenas 30% do que seremos ao longo dos anos tem a ver com a genética. Por isso, nunca é tarde para adotar boas práticas. E, quanto mais cedo, maior a chance de viver mais e melhor.

“À medida que a gente envelhece vamos perdendo nossa reserva orgânica”, explica a geriatra Polianna Souza, do Hospital Israelita Albert Einstein. Isto é, a capacidade de o organismo funcionar bem e se recuperar após um esforço. Depois de atingir um pico lá pelos 30 ou 40 anos, todos os órgãos e sistemas começam a reduzir sua capacidade. Isso significa que diante de uma situação de estresse físico, como uma doença, ou emocional, o corpo pode não ter a mesma condição de se recuperar, sofrendo um impacto maior e, às vezes, sequelas.

É aí que entra o papel do estilo de vida. “Hábitos saudáveis diminuem a velocidade dessa perda de reserva orgânica”, explica Polianna. Além disso, não faltam estudos mostrando a importância da alimentação e da atividade física na prevenção e no controle de doenças como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos, derrame, ansiedade e depressão, certos tipos de tumores e até o Alzheimer, entre outros.

“Um idoso saudável não está necessariamente livre de doenças, mas nesses casos elas estão bem controladas”, diferencia Polianna. Além disso, também entra na conta se ele é ativo, autônomo, capaz de cuidar da sua vida. Quanto maior a independência, maior também a chance de desfechos positivos em qualquer condição que ele enfrentar. Ou seja, mais saúde.

A importância da atividade física e alimentação

Para garantir um bom estilo de vida, os especialistas insistem na conhecida dobradinha atividade física regular e alimentação saudável. Isso significa de 150 a 300 minutos de exercícios por semana, envolvendo aeróbicos e de força muscular, e optar por uma dieta com menos alimentos processados e embutidos.

“Deve-se priorizar aquela ‘comida de verdade’, em que a gente descasca mais e abre menos latas e embalagens”, exemplifica Polianna. Vale lembrar, é claro, de evitar o cigarro, o sol em excesso e de visitar o médico regularmente para check-ups periódicos.

Mas não é tudo. A longevidade é feita também de fatores mais sutis: estudos com voluntários muito longevos mostram a importância de saber viver cada momento presente, de ter um propósito de vida ao longo dos anos que funcione como um objetivo e de cultivar bons relacionamentos. “Somos seres sociais, precisamos dessa rede, dessa troca”, observa a geriatra.

Tudo isso só ressalta a importância de o idoso estar de fato inserido na sociedade, talvez até no mercado de trabalho. “É importante manter uma atitude aberta ao conhecimento e a mudanças, de nunca deixar de aprender, o chamado ‘lifelong learning’”, observa a especialista.  Assim, além de viver mais e melhor, talvez a gente viva com mais sabedoria também.

Fonte: Agência Einstein

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