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Cirurgia bariátrica reduz risco de dano ao fígado gorduroso

O excesso de gordura no fígado afeta entre 25% e 30% da população mundial, segundo o Global Liver Institute (GLI); 12 de junho é dia de conscientização sobre a doença   Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein   Além de ajudar a perder peso, a cirurgia bariátrica reduz drasticamente o risco de danos ao fígado. [...]

10/06/2022 08h00 Atualizado há 658 dias

O excesso de gordura no fígado afeta entre 25% e 30% da população mundial, segundo o Global Liver Institute (GLI); 12 de junho é dia de conscientização sobre a doença

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein

Além de ajudar a perder peso, a cirurgia bariátrica reduz drasticamente o risco de danos ao fígado. Isso é o que revela uma pesquisa publicada no Jama que acompanhou mais de 1.100 pacientes com esteatose hepática não alcoólica (NASH, na sigla em inglês), o acúmulo de gordura no fígado, tratados na Clínica Cleveland, nos Estados Unidos.

A obesidade é um dos principais fatores de risco para a esteatose. Isso porque o excesso de gordura corporal se deposita em vários locais, inclusive no fígado, elevando o risco de complicações como fibrose (formação de cicatrizes), cirrose, câncer no fígado e até mesmo de morte. Fatores genéticos e a presença de diabetes tipo 2 também influenciam a doença.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores compararam dados de pacientes com obesidade mórbida que tinham se submetido à cirurgia bariátrica com aqueles que fizeram apenas acompanhamento não cirúrgico, ao longo de 12 anos. Todos passaram por uma biópsia para avaliar a saúde do órgão antes e depois. Foram avaliados os desfechos tanto para o fígado como para problemas cardíacos. Aqueles que foram operados tiveram quase 90% menos chances de desenvolver complicações como cirrose ou câncer, além de menor risco de doença cardiovascular, como infarto e derrames.

Ainda não há um medicamento específico capaz de eliminar a gordura do fígado. O único tratamento disponível é a perda de peso, por meio de dieta e atividade física. “Isso comprovadamente é capaz de melhorar e até reverter a inflamação e, em alguns casos, a própria fibrose”, explica a hepatologista Bianca Della Guardia, do Hospital Israelita Albert Einstein. Uma redução maior e sustentada acima de 10% do peso na balança é capaz de regredir a cicatriz (fibrose) que se forma no órgão agredido.

Estima-se que entre 25% e 30% da população mundial tenha algum grau de esteatose, embora apenas um quarto deles possam desenvolver complicações. “Esses números estão relacionados à epidemia de obesidade que vivemos”, diz Bianca. “Mesmo o sobrepeso já prejudica o fígado. E o problema acontece também nas crianças e nos chamados ‘falsos magros’, que aparentemente não têm excesso de peso, mas na realidade apresentam muita gordura visceral”, alerta a especialista.

A cirurgia bariátrica é um procedimento que envolve vários riscos e tem indicações bem precisas. “Para esses pacientes, o estudo mostra um benefício a mais da cirurgia, além do emagrecimento. Para os demais, o ideal é adotar bons hábitos de vida, com alimentação saudável e atividade física”, recomenda.

NASH DAY

O excesso de gordura no fígado é um problema de saúde pública. Desde 2018, o Global Liver Institute (GLI), instituição internacional cuja missão é promover informações e ampliar as abordagens para combater as doenças hepáticas, instituiu o dia 12 de junho como o Dia Internacional de Combate à Esteatose Hepática Não Alcoólica (NASH Day). O objetivo é fazer com que a comunidade médica e a sociedade como um todo foquem no alerta sobre os riscos, apontem medidas de prevenção, formas de diagnóstico e conscientização sobre essa doença que já é considerada um problema de saúde pública.

Fonte: Agência Einstein

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