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Foto: Valeria Smirnova / Unsplash

Câncer de pele: como diferenciar uma pinta de uma lesão mais grave?

Pintas que surgem após os 45 anos devem chamar atenção, segundo especialista   Por Isabella Sanches, da Agência Einstein   Quando células anormais da pele passam a se multiplicar sem controle, formam-se os tumores, ou o câncer de pele. Diferenciar uma lesão de uma pinta, no entanto, nem sempre é simples, mas a importância dessa [...]

28/12/2021 09h08 Atualizado há 2 anos

Pintas que surgem após os 45 anos devem chamar atenção, segundo especialista

Por Isabella Sanches, da Agência Einstein

Quando células anormais da pele passam a se multiplicar sem controle, formam-se os tumores, ou o câncer de pele. Diferenciar uma lesão de uma pinta, no entanto, nem sempre é simples, mas a importância dessa identificação é significativa.

O câncer de pele é o mais frequente no mundo, e o de maior incidência no Brasil. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam que cerca de 33% de todos os tumores malignos diagnosticados no país sejam de neoplasias localizadas na pele, com uma média de mais de 180 mil novos casos registrados todos os anos.

Tipos e subtipos

O tipo mais comum de câncer de pele é o chamado de não melanoma, que aparece tanto em homens como em mulheres e possui uma baixa taxa de mortalidade. No entanto, se não for tratado adequadamente, pode deixar mutilações expressivas no paciente.

O câncer de pele não melanoma se divide em dois subtipos:

  • Carcinoma basocelular (CBC) – é o mais comum e surge nas células basais (localizadas na camada mais profunda da pele). Raramente apresenta metástase. É mais frequente em áreas expostas ao sol como rosto, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.
  • Carcinoma espinocelular (CEC) – se manifesta nas células das camadas superiores da pele e pode surgir em qualquer parte do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol. O CEC é um pouco mais perigoso e pode apresentar metástase.

Já o câncer de pele do tipo melanoma tem origem nos melanócitos (células da pele que produzem melanina e dão a cor ao tecido) e costuma acometer mais adultos brancos. É o tipo mais agressivo de câncer de pele e tem alta letalidade devido ao alto risco de se espalhar para outros órgãos do corpo (no processo chamado de metástase). Costuma ser raro, correspondendo a apenas 3% dos casos diagnosticados.

De acordo com o médico dermatologista Renato Pazzini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e do corpo clínico dos Hospitais Albert Einstein e Oswaldo Cruz, alguns parâmetros são observados para se identificar uma lesão do tipo melanoma. “Seguimos a regra chamada de ‘ABCD’, que significa observar a presença ou não de assimetria, bordas irregulares, coloração múltipla e diâmetro maior do que 5 mm”, afirma.

Atenção às pintas tardias

A principal causa para o surgimento de todos os tipos de câncer de pele é a exposição excessiva ao sol – mas ela não é a única. Exposição a agentes químicos, feridas crônicas e a genética familiar são fatores que também podem desencadear o problema.

Pazzini lembra ainda que é importante ficar atento para pintas que surgem após os 45 anos. “Não é normal surgir novas lesões após essa idade”, alerta. Se a lesão aparece como uma bolinha que vai crescendo e vira uma ferida que nunca cicatriza completamente; ou ainda que apresente coloração variada ou bordas irregulares, ela se torna uma lesão suspeita.

Muitas vezes, o câncer surge como um pequeno ponto que passa desapercebido pela pessoa. Por isso, é importante fazer um exame dermatológico anual, especialmente se há outros casos na família ou se o indivíduo já apresentou lesões cancerígenas anteriormente – neste caso, o acompanhamento é feito em intervalos menores, a cada três ou seis meses.

O diagnóstico do problema é realizado a partir de um exame clínico da pinta. “Utilizamos um aparelho para aumentar a imagem e, se houver uma suspeita forte, removemos a lesão e encaminhamos para o laboratório para análise”, explica o médico.

Para todos os tipos de câncer, o tratamento recomendado é cirúrgico – com a remoção da lesão – e considerado curativo na maioria dos casos. No entanto, quando é observada metástase, são necessárias sessões de quimioterapia ou imunoterapia.

Como se prevenir?

Como o câncer de pele está muito associado ao sol, a principal forma de prevenir o problema é evitar se expor nos horários em que a radiação ultravioleta – responsável por provocar as mutações no DNA das células da pele – está mais intensa, entre 10h e 16h.

É importante também sempre fazer uso de filtro solar, especialmente nas áreas do corpo que ficam mais vulneráveis no dia a dia, como rosto, braços, pescoço e pernas.

O câncer de pele aparece com mais frequência em indivíduos idosos, e isso tem uma razão de ser: geralmente é o momento em que os danos acumulados pela exposição solar de toda uma vida começam a provocar lesões. “Quem tem a pele clara, que fica vermelha facilmente e até faz bolhas, e se queimou de forma intermitente nas férias e passeios da infância e juventude, tem mais risco de apresentar o problema na velhice pois os danos são cumulativos”, alerta o especialista.

Nesses casos, é recomendado que se faça um exame dermatológico regular – como um check-up – para garantir que qualquer lesão suspeita seja removida e tratada de forma precoce.

(Fonte: Agência Einstein)

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