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Verão: pacientes com câncer devem redobrar cuidados com a pele

Tratamentos como quimioterapia e radioterapia agridem o tecido epitelial e causam efeitos colaterais se não forem tomados os cuidados necessários

26/01/2023 08h00 Atualizado há 389 dias

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein

Se na temporada de calor todo mundo precisa caprichar na proteção da pele, pacientes com câncer que estão passando por radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo ou imunoterapia devem se preocupar ainda mais. Isso porque esses tratamentos agridem o tecido epitelial, seja porque agem diretamente sobre as células da pele, seja porque acabam causando efeitos colaterais. O resultado é uma pele extremamente sensível e sujeita à irritação em contato com vários produtos.

A radioterapia, por exemplo, provoca uma reação chamada radiodermite que pode causar desde uma vermelhidão similar à queimadura do sol até descamação ou formação de bolhas, dependendo da intensidade da radiação utilizada. Drogas usadas contra o câncer causam fotossensibilidade e podem aumentar o ressecamento, abrindo caminho para pequenas feridas. Outros medicamentos podem levar a erupções na pele.

Por isso, é essencial tomar alguns cuidados básicos para evitar manchas e até complicações mais graves como infecções, além de amenizar a radiodermite. Após o fim do tratamento, os tecidos ainda levam de 4 a 6 meses para se recuperarem plenamente.

Saiba como proteger a pele

A regra número um é fugir do sol. Durante o tratamento, o paciente não deve frequentar praia nem piscina. “A exposição ao sol vai piorar as reações do tratamento e a própria radiação solar do mormaço, não parece, mas sensibiliza ainda mais pele, podendo causar queimaduras indesejadas”, enfatiza a rádio-oncologista Ana Carolina de Rezende, do Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, a água do mar ou da piscina pode irritar a pele – isso sem contar que também pode estar contaminada, abrindo caminho para infecções.

A atividade física é importante e está liberada, de acordo com a orientação do médico. O exercício pode ser feito ao ar livre entre 10h e 16h, sempre evitando o contato direto com o sol: usar roupas com proteção UV, como camisetas e chapéus, é uma ótima alternativa. Embora seja recomendado o uso do filtro solar, às vezes a loção pode irritar a pele – se possível, vale checar a melhor opção disponível na farmácia junto ao médico responsável.

O paciente deve hidratar bem a pele. Existem opções de produtos dermatológicos feitos especialmente para pacientes oncológicos: geralmente, eles têm a base neutra, sem essência e álcool. “Aqueles à base de calêndula acalmam a pele, mas é bom evitar produtos manipulados ou ‘naturais’, como com ervas, em que não se conhece exatamente qual é a composição”, recomenda a especialista.

Deve-se, ainda, evitar banhos demorados ou de imersão, para não ressecar a pele. A higiene deve ser adequada, sem exagerar no número de chuveiradas diárias. A água deve estar morna. Há, ainda, a recomendação para o uso de sabonetes líquidos para peles sensíveis e xampus suaves – podem ser aqueles indicados para bebês. Os esfoliantes também devem ser evitados.

Não podem ser feitos procedimentos estéticos durante o tratamento, como peelings, depilação ou químicas no cabelo. Homens devem ter cuidado extra ao fazer a barba, devido ao risco de cortes e de infecções.

Por último, a dica é beber muito líquido e adotar uma alimentação saudável. Sempre que necessário e em caso de dúvida, o paciente deve pedir orientação médica.

Fonte: Agência Einstein

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