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Vacinas: da pesquisa à imunização

Processo de produção exige período extenso de pesquisas, testes e aprovação pela Anvisa

14/05/2020 10h00 Atualizado há 4 anos

Por Tiago Varella, da Agência Einstein

Pesquisadores de diversos países estão num esforço global para desenvolver um imunizante que seja capaz de produzir anticorpos em seres humanos e neutralizar o novo coronavírus. Embora esse empenho seja animador, o processo de produção é complexo e, em geral, demorado até que uma vacina fique pronta e aprovada pelo órgão regulador.

“O desenvolvimento de um imunizante requer um longo período de estudos, que envolve pesquisas para identificar a parte do vírus ou bactéria que seja imunogênica, ou seja, que produza anticorpos, e para testes que possam garantir a segurança e a eficácia da vacina contra doenças ”, explica Alfredo Elias Gilio, coordenador médico da Clínica de Imunização do Hospital Israelita Albert Einstein.

Com a finalidade de estimular o sistema imunológico a combater o vírus ou a bactéria e evitar novas infecções, o processo de produção de vacinas pode ter abordagens diferentes. Uma delas está relacionada à remoção de uma parte do microrganismo, como a proteína da superfície. Com isso, a composição coletada vai ativar os anticorpos para neutralizar a proteína presente nesta camada do agente nocivo.

Já o outro método é por meio do enfraquecimento do vírus e da bactéria, que ficam incapazes de causar doenças e passam a ter o ciclo de replicação controlado. Então o sistema imunológico começa a produzir as células que defenderão o corpo humano contra a invasão dos micro-organismos.

Alguns anticorpos produzidos a partir de vacinas não duram muito tempo no organismo, por isso há necessidade de repetir doses periodicamente. Já outras vacinas são aplicadas em menos doses porque o sistema imunológico cria uma memória de como reagir e derrotar vírus e bactérias.

“A imunização é fundamental para reduzir os casos de contaminação e até eliminar algumas doenças. No Brasil, as ações de vacinação foram bastante eficientes para erradicarmos o sarampo, a varíola e a poliomielite”, complementa o infectologista Hélio Arthur Bacha, consultor técnico da Sociedade Brasileira de Infectologia. Cumprir o calendário de vacinação garante, portanto, a imunização contra diversas doenças e, consequentemente, mais saúde e bem-estar à população.

(Fonte: Agência Einstein)

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