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Trombose, a doença que chega sem aviso prévio

Estimativas apontam que anualmente 180 mil brasileiros são surpreendidos pela doença

22/07/2020 09h05 Atualizado há 3 anos

Por Cristiane Bomfim, da Agência Einstein

Recentemente a cantora Anitta surpreendeu seus fãs com a notícia de que estava em hospital para tratar de uma trombose. No ano passado, Bruno Covas, atual prefeito de São Paulo, foi diagnosticado com a doença após ser internado às pressas. Sem sinais prévios, anualmente cerca de 180 mil brasileiros são surpreendidos por dores e inchaços, normalmente nas pernas, causadas por coágulo de sangue.

A trombose venosa ocorre nas veias responsáveis pelo retorno do sangue ao coração. “Ao se formar, o coágulo impede o retorno do fluxo sanguíneo ao coração. A perna fica inchada e muito dolorida”, explica Nelson Wolosker, cirurgião vascular do Hospital Israelita Albert Einstein.

O principal problema, de acordo com médico não é a interrupção da circulação em uma veia, mas sim as chances do coágulo se desprender da veia e chegar ao coração e pulmão, causando lesões graves. “No pulmão, um coágulo pode causar a embolia pulmonar, que prejudica a respiração e pode ser fatal”, explica o médico do Einstein. Os sintomas iniciais da embolia são, principalmente, falta de ar e dor no peito repentinas.

Causas

Não há uma causa específica para a doença e sim fatores de risco e comportamentos que favorecem seu aparecimento. Permanecer em repouso por um período prolongado – durante viagens de avião ou motivados por longos períodos de hospitalização – é um exemplo. O motivo é que a situação dificulta o retorno do sangue ao coração.

Obesidade, sedentarismo, uso de pílula anticoncepcional, o cigarro e doenças como câncer podem contribuir para doença. “Além disso, cerca de 15% dos que tem trombose têm alguém na família que já teve. O que mostra a relação com a hereditariedade”, explica Wolosker. Também estão na lista de fatores de risco a gravidez, histórico de varizes e presença de insuficiência cardíaca.

O tratamento

Um rápido diagnostico – feito normalmente com avaliação clínica e exames de imagens – diminui os riscos. “O tratamento é simples e consiste na prescrição de medicamentos anticoagulantes, ou seja, que impedem a formação e a progressão dos coágulos. Ao mesmo tempo, o paciente passa a utilizar as meias elásticas, que facilitam a circulação sanguínea”, diz o médico. Em média, o tratamento tem duração de três a seis meses.

Viagens aéreas

Você sabia que passageiros de voos longos têm risco três vezes maior de terem trombose do que a população normal? “O passageiro fica muito tempo sentado, sem mover as pernas. Além disso, a falta de hidratação também pode contribuir para a coagulação do sangue”. Por isso, a dica do cirurgião vascular é simples: ingerir bastante líquido e, sempre que puder, caminhar no avião.

(Fonte: Agência Einstein)

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