
Sofrimento mental atinge mais meninas e jovens LGBTQIA+, aponta estudo
Pesquisa australiana revela agravamento de sintomas mentais ao longo dos anos escolares, com impacto acentuado em grupos mais vulneráveis
Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein
Um estudo conduzido na Austrália com mais de 6.500 adolescentes revela que meninas e adolescentes LGBTQIA+ apresentam níveis significativamente mais altos de depressão, ansiedade e sofrimento psicológico. A pesquisa avaliou jovens de 12 a 16 anos e concluiu que esses problemas tendem a piorar com o passar dos anos escolares. Os resultados foram publicados em junho no Australian and New Zealand Journal of Public Health.
Os dados foram coletados entre 2019 e 2022 com estudantes do 7º ao 10º ano, envolvendo alunos dos ensinos fundamental e médio. Quase três em cada dez adolescentes relataram sintomas indicativos de depressão até o 10º ano (fim do ensino básico). Em comparação aos meninos cisgênero (que se identificam com o sexo atribuído ao nascimento), a prevalência foi maior entre meninas e jovens que se identificam com diferentes gêneros ou orientações sexuais. Dessa forma, o trabalho aponta que a chamada “lacuna de gênero” na saúde mental não apenas persiste, mas se amplia na adolescência.