
Por que os xenotransplantes podem ser solução para a escassez de órgãos
Somente no Brasil, quase 34 mil pessoas esperam por um rim e cerca de sete pessoas inscritas na fila morrem por dia; país avança no xenotransplante com a inauguração de laboratório na USP
Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein
Será que os suínos resolverão a crise da falta de órgãos para os transplantes em humanos? A pergunta, que foi o título de um artigo científico publicado em novembro de 2022 na revista Nature, está cada dia mais perto de se tornar realidade por meio do xenotransplante, que nada mais é do que a realização de transplantes de órgãos entre espécies diferentes – no caso, entre suínos e humanos.
A importância desse progresso tecnológico é inegável: somente no Brasil, quase 34 mil pessoas esperam por um rim, segundo o relatório mais recente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), divulgado no início de maio. O documento informa ainda que, nos três primeiros meses deste ano, 3.982 adultos entraram na fila de espera por um rim e, ao mesmo tempo, outras 668 pessoas morreram sem conseguir receber um órgão – cerca de sete inscritos por dia.