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Pesquisadores indicam três novos fatores de risco para demência

Agora com 12 itens, relatório feito por pesquisadores da The Lancet acrescenta consumo de álcool em excesso, trauma craniano e poluição como fatores preveníeis para a doença

10/08/2020 09h36 Atualizado há 3 anos

Por Nicola Ferreira, da Agência Einstein  

No Brasil, cerca de 1,4 milhão de brasileiros apresentam sintomas das demências neurodegenerativas – enfermidades como o Alzheimer, que apesar de já terem alguns medicamentos capazes de controlar os sintomas, não possuem cura e não podem ser revertidas. Por não terem cura, alguns cuidados com a saúde do cérebro podem reduzir as chances para a doença. No dia 30 de julho, a revista científica britânica The Lancet publicou um relatório com 12 fatores de risco que ao serem evitados podem prevenir ou atrasar o aparecimento destas demências.  

Nesta última versão, a lista elaborada por uma comissão formada por 28 pesquisadores de todo mundo ganhou três novos itens: consumo excessivo de álcool, trauma craniano e poluição. Eles se unem ao baixo nível educacional, perda auditiva, hipertensão, obesidade, fumo, depressão, isolamento social, inatividade física e diabetes. Segundo os pesquisadores do The Lancet, seguir todas as recomendações de hábitos saudáveis pode reduzir ou prevenir 40% dos novos casos de demência.  

“O consumo de álcool é deletério para os nossos neurônios, matando-os, além de lesar os vasos sanguíneos. A poluição está vinculada ao desenvolvimento de fatores vasculares como hipertensão. Por fim, o trauma craniano que causa perda de consciência afeta o tecido cerebral pode desencadear a perda da função mental e levar a um quadro de demência”, afirma Ivan Okamoto, médico neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein.  

Envelhecimento normal X demência  

“No Brasil, mais da metade dos casos de demência ainda não são notificados. Ainda há a crença, por boa parte da população e até médicos de que todo idoso vai ficar demente. Este pensamento começou a ser mudado de 20 anos para cá. Temos que diferenciar o envelhecimento normal daquele que ocorre com demência”, conta Ivan Okamoto.  

O neurologista comparou o processo de envelhecimento com a vida de um computador e seu processador. “Quando você compra um notebook, ele funciona normalmente, o processador está rápido. Ao ficar mais velho, o processador vai ficando mais lento e isso é normal. No envelhecimento é igual: o idoso pode demorar um pouco mais para tomar uma ação, mas normalmente não ocorre problemas na funcionalidade motora e perda de memória, embora ele possa ter dificuldade para guardar novas informações. O surgimento de algum desses sintomas pode indicar demência e precisa ser investigado”, diz o especialista. 

(Fonte: Agência Einstein) 

 

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