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Oito coisas que você precisa saber sobre o cigarro eletrônico

Mortes e lesões pulmonares associadas ao uso do dispositivo alertam para os riscos que o aparelho pode causar

21/11/2019 10h35 Atualizado há 4 anos

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Por Cristiane Bomfim, da Agência Einstein

A polêmica sobre os benefícios e prejuízos do cigarro eletrônico para a saúde continua intensa. De um lado, alguns estudos mostram que seu uso para a cessação do tabagismo é mais eficiente do que a terapia de reposição da nicotina (como adesivos e gomas de mascar). Do outro, há pesquisas que relacionam o dispositivo com doenças cardíacas e pulmonares. E enquanto não se chega a um consenso, a associação de 42 mortes e 2172 casos de lesão pulmonar à utilização indiscriminada dos e-cigarettes ou vaporizadores nos Estados Unidos tem preocupado a comunidade médica e alarmado a população.

De acordo com o boletim divulgado pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, testes em amostras de 29 pacientes com a lesão pulmonar associada ao cigarro eletrônico constataram a presença do acetato de vitamina E, usado na composição de várias essências, em todas as amostras. Já o princípio ativo da maconha Tetrahidrocanabinol (THC) estava presente em 82% das amostras, enquanto a nicotina, em 62%. “É a primeira vez que uma substância química preocupante é detectada em amostras biológicas de pacientes com essas lesões pulmonares”, diz o documento recém-publicado no site do órgão norte-americano.

“Embora já existam estudos que comprovem, por exemplo, que o uso o cigarro eletrônico tem resultados mais positivos que terapias de reposição de nicotina, ainda há questões que não estão claras. Entre elas, como as várias substâncias em sua composição se comportam quando inaladas e as definições do uso seguro”, afirma o pneumologista Humberto Bogossian, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Para a cessação do tabagismo, pesquisa publicada no The New England Journal of Medicine no início deste ano, mostra resultados positivos. Realizado entre 2015 e 2018 com 886 fumantes participantes do Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido, a taxa de abstinência em 1 ano foi de 18% para o grupo que usou cigarros eletrônicos para a redução do consumo de nicotina, em comparação com 9,9% no grupo que usou a terapia de substituição (adesivos, gomas de mascar e microtabs).

Mas, para a saúde do coração, o cigarro eletrônico tem efeito nocivo semelhante ao do cigarro tradicional. Um dos estudos, realizado pelo Instituto de Pesquisa Cardiovascular da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, mostrou que o uso do dispositivo reduz as enzimas responsáveis pela produção do óxido nítrico, substância envolvida na proteção dos vasos sanguíneos e no controle da pressão arterial.

“Para evitar problemas com a saúde, o mais importante é que a população saiba como ele funciona, conheça os riscos que pode oferecer e não o use indiscriminadamente”, explica o médico. Embora tenha propaganda e comercialização proibidas desde 2009 no Brasil, é possível encontrar o produto à venda em lojas físicas e na internet. “Mas, o que ninguém sabe, até por não ter regulamentação sobre isso, é quais substâncias estão dentro dos frascos de essências”, alerta.

(Fonte: Agência Einstein)

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