
Novo medicamento para diabetes tipo 2 apresenta resultados superiores ao Ozempic em testes
Estudo mostra que o Mounjaro é mais eficaz no controle da glicemia e perda de peso; fabricante diz que ainda não há previsão de disponibilidade no Brasil.
Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein
O tirzepatide (Mounjaro), novo medicamento para tratamento do diabetes tipo 2 recém-aprovado pela Agência Brasileira de Vigilância Sanitária (Anvisa), mostrou resultados superiores em relação ao controle da glicemia e perda de peso comparado à semaglutida (princípio ativo do Ozempic). Os dados foram publicados no The New England Journal of Medicine. Um artigo no The Lancet já havia constatado a eficácia e a segurança da nova droga em um estudo com mais de 19 mil pacientes em diversos países, incluindo o Brasil.
Os dois medicamentos são aplicados por meio de uma injeção semanal e têm um mecanismo de ação parecido: eles estimulam receptores hormonais localizados no intestino envolvidos na digestão dos alimentos e na secreção da insulina. Ambos são moléculas sintéticas chamadas de agonistas – ou seja, simulam o efeito de substâncias naturais e se ligam a receptores das células, ativando-os. Enquanto o Ozempic age apenas por meio de um análogo de um dos hormônios, o chamado GLP1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon), o Mounjaro é um duplo agonista – ou seja, uma única molécula apresenta efeito para dois receptores, o GLP-1 e o GIP (polipetídeo insulinotrópico dependente da glicose). Por isso, explicam os especialistas, seus efeitos são potencializados.