
Novas drogas sintéticas similares ao LSD são mais nocivas ao cérebro
Estudo da Fiocruz mostra que esses entorpecentes, que são mais baratas, causam 'devastação' nos neurônios ao terem moléculas modificadas.
Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein
Drogas sintéticas psicoativas com efeitos similares ao ecstasy ou LSD (dietilamida do ácido lisérgico) causam prejuízos mais devastadores e prolongados no cérebro, mostra uma pesquisa inédita da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Minas Gerais, publicada no periódico científico Heliyon, do grupo editorial Cell. Os autores avaliaram o impacto de dois compostos que atuam no sistema nervoso central e provocam alucinações, o 25H-NBOMe e o 25H-NBOH, encontrados no Brasil e consumidos de forma recreativa na forma de selos ou “balinhas”.
“Para driblar a lista de substâncias proibidas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], os produtores modificam as moléculas alterando apenas algum átomo, por exemplo, e o usuário nem sabe o que está ingerindo”, conta o pesquisador Roney Coimbra, coordenador do trabalho.