
Isolamento social na pandemia alterou a percepção do tempo
Emoções negativas tornam dias longos e monótonos, o que dificulta formação de memórias.
Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein
Para a maioria das pessoas, os dias de medo, tédio e tristeza durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19 foram longos. Mas para quem estava sobrecarregado com as tarefas domésticas e o home office, esses dias pareceram curtos demais. Trancados em casa em decorrência do isolamento social forçado, a mesma quantidade de horas foi percebida de forma diferente pelas pessoas, dependendo do estado de espírito de cada um. Para muitos, foram intermináveis dias iguais em que não há nada em especial para lembrar. Por outro lado, é difícil esquecê-los.
De fato, o isolamento social alterou a percepção da passagem do tempo de todos nós, revela uma pesquisa feita em parceria pelo Hospital Israelita Albert Einstein e Universidade Federal do ABC. Os cientistas acompanharam cerca de 900 pessoas ao longo de cinco meses, que responderam semanalmente questionários online sobre como estavam se sentindo, se conseguiam cumprir suas tarefas diárias, se tinham tempo para lazer ou cuidar de si, entre outros.