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Hemorroidas: pouco discutida, doença deve atingir metade da população mundial

Apesar de não haver estimativas sobre a incidência de casos de hemorroidas no Brasil, de acordo com Sociedade Brasileira de Coloproctologia acredita-se que cerca de metade da população mundial será afetada pela doença.

20/11/2019 09h00 Atualizado há 4 anos

Por Cristiane Bomfim, da Agência Einstein

 

Apesar de não haver estimativas sobre a incidência de casos de hemorroidas no Brasil, de acordo com Sociedade Brasileira de Coloproctologia acredita-se que cerca de metade da população mundial será afetada pela doença.

O número, que já é alto, deve aumentar nos próximos anos, especialmente por causa do estilo de vida. Alimentação rica em fibras, ingestão de água e atividade física são itens fundamentais para a redução do risco de dilatação e inflamação das veias do reto e ânus.

De tratamento simples quando identificada na fase inicial, a doença hemorroidária é a dilatação e inflamação das veias localizadas no ânus e reto. “O plexo hemorroidário é uma estrutura vascular altamente especializada que serve para ajudar no fechamento do ânus e auxiliar a condução das fezes através do ânus. Sabemos que idade é um dos fatores, uma vez que ela é mais frequente a partir dos 45 anos”, explica Sérgio Araújo, médico gastroenterologista do Hospital Israelita Brasileiro Albert Einstein.

A constipação, diz o médico do Einstein, é um dos principais fatores que podem levar à doença. “A primeira conduta no tratamento consiste em um pilar de três ações que combatem a prisão de ventre: beber água, ingerir fibras e praticar exercícios. A boa notícia é que na maioria dos casos essas ações, quando viram rotina, são suficientes”, diz o gastroenterologista. Outros sinais indicativos de hemorroidas são: coceira provocada por inchaço das veias, dor ou sangramento no momento de evacuação decorrente do endurecimento das fezes e saliência palpável no ânus (pequenas bolinhas).

Contrariando a média, a aposentada Vera Alves Barbosa, hoje com 53 anos, descobriu que tem doença hemorrodária antes de completar 40 anos. “Ir ao banheiro sempre foi um problema para mim. A dor é terrível e as inflamações com sangramento estão se agravando no decorrer dos anos”, conta ela que demorou para procurar um médico. “A gente vai adiando porque não é um assunto confortável”, diz.

“Ao contrário do que a maioria das pessoas imagina, a dor só existe quando há uma complicação da doença hemorroidal, chamada trombose que é quando o sangue no interior desses vasos, como resultado do trauma produzido pela passagem das fezes, inflama e incha”, diz o médico do Einstein. Esses sintomas, ele continua, podem ser facilmente manejados pela equipe de saúde, de acordo com a avaliação do paciente. “As ações variam de banho de assento ao uso de anti-inflamatórios”, comenta.

Quando, o paciente já não responde a estes tratamentos, há outros procedimentos que podem ser feitos no consultório. Um deles é a ligadura elástica, que só pode ser feita em hemorroidas internas e consiste na colocação de um elástico na veia para seu “estrangulamento”, claro que com uso de analgésicos. “Com isso, ela diminui, murcha e cai”, diz Sérgio Araújo.

Cirurgia é a última indicação e se impõe quando os outros tratamentos não tiveram o resultado esperado ou em casos mais graves da doença. “É, de fato, o tratamento mais eficaz, mas não deve ser oferecido a maioria dos pacientes, porque requer a anestesia, a internação, um pós-operatório que demora um pouco”.

TIPOS DE HEMORROIDAS

Interna: acontece acima do esfíncter do ânus, membrana muscular que auxilia no controle da evacuação. Por este motivo não é visível e na maioria das vezes não causa dor. No entanto, no esforço para evacuar, os vasos dilatados podem romper, causando sangramento

Externa: o inchaço das veias ocorre do lado externo ou projetam-se para fora. Assim, as dores e hemorragias são mais frequentes

(fonte: Agência Einstein)

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