
Gestantes negras tiveram quadros mais graves de Covid-19 e demoraram mais para buscar atendimento
Pesquisa analisou dados de 15 maternidades e mais de 700 grávidas de várias regiões do Brasil; racismo e questões sociais impactam na saúde das mulheres.
Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein
Grávidas negras (pretas e pardas) que buscaram atendimento médico com sintomas de Covid-19 durante a pandemia do coronavírus chegavam no pronto-atendimento com quadros clínicos mais graves do que as gestantes não negras. A constatação é de uma pesquisa de mestrado realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que partiu da pergunta: “a cor da pele importa?” e analisou dados coletados pela Rede Brasileira de Estudos da Covid-19 em Obstetrícia (Rebraco) em 15 maternidades do país entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021.
Para chegar aos resultados, a pesquisa cruzou informações de 710 grávidas de várias regiões do Brasil e avaliou características sociodemográficas, testagem do coronavírus, tempo para procurar o atendimento médico após início dos sintomas e desfechos após o parto. Das 710 participantes, 301 eram mulheres que se autodeclararam pretas ou pardas e 409 não negras.