
Fumaça de queimadas na gravidez pode afetar o peso do bebê
Pesquisa brasileira mostra associação entre exposição a esses poluentes e desenvolvimento fetal; estudo mostrou que, em 17 anos, o maior impacto ocorreu na região Sul
Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein
A exposição à fumaça de queimadas durante a gravidez, especialmente no primeiro trimestre da gestação, pode aumentar o risco de o bebê nascer com baixo peso. O dado é de um estudo brasileiro publicado no The Lancet, conduzido por cientistas da Fundação Getúlio Vargas em Brasília, em parceria com instituições como a Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e as universidades de Toronto, no Canadá, e de Copenhagen, na Dinamarca.
Segundo os autores, já existem indícios de que a poluição do ar afeta os desfechos na gravidez, incluindo o risco de baixo peso ao nascer. “Mas há poucos estudos específicos sobre a poluição por queimadas e não havia um estudo em escala nacional”, explica o engenheiro ambiental Weeberb João Réquia Júnior, líder do trabalho, que se dedica a estudar o impacto de fatores ambientais na saúde pública. “Além disso, avaliamos uma série temporal muito grande, o que nos permitiu analisar as informações com maior robustez.”