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Eritema infeccioso: a doença da bofetada

Saiba mais sobre esse problema comum na infância

23/10/2019 09h00 Atualizado há 4 anos

Por Fábio de Oliveira, da Agência Einstein

O nome popular pode parecer agressivo, mas vem de um dos aspectos que denunciam a presença do eritema infeccioso em uma criança: a vermelhidão na bochecha, que também é chamada de cara esbofeteada ou de palhaço. Essa doença infecciosa é causada por um vírus, o parvovírus B19. Sua propagação ocorre de três maneiras: respiratória, via intrauterina e através de transfusão de sangue. “A forma mais comum de transmissão é a respiratória, através das secreções ou por objetos contaminados pelo vírus”, explica a pediatra Milena de Paulis, do Hospital Israelita Albert Einstein.

O problema, comum nos primeiros anos de vida, pode acontecer em qualquer época do ano, mas os surtos tendem a ocorrer no final do inverno e na primavera. O pequeno com eritema infeccioso pode não apresentar nenhum sintoma específico. Em outros casos, o panorama é diverso: surgem febre, dor de cabeça, de garganta, coceira no corpo, tosse, espirros, diarreia, vômitos e conjuntivite. Ou seja, reações comuns a outros quadros virais. A aparência de bochecha esbofeteada, como dito acima, aparece de 2 a 5 dias depois dessas manifestações.

De acordo com Milena de Paulis, há também vermelhidão (rash) no corpo com característica rendilhada e, com menor frequência, dor nas articulações (mãos, pulsos, joelhos e pés). “Nessa fase, a transmissão do vírus não ocorre mais”, diz a especialista. “Uma característica do rash é que muitas vezes ele pode reaparecer depois de ter melhorado, durante meses, quando a criança ficar exposta ao sol, frio, exercício ou estresse emocional”, revela a pediatra. Nos casos mais graves, o vírus pode causar depressão transitória da medula óssea, conhecia como aplasia, com diminuição da produção de todas as células do sangue.

Quando uma gestante é infectada pelo parvovírus B19, pode ocorrer a transmissão para o feto e, associado a isso, uma série de complicações, como o aborto espontâneo, morte intrauterina e hidropisia fetal (inchaço generalizado do feto com anemia grave). “É fundamental que a mulher grávida exposta ao vírus consulte o seu obstetra e tenha a sua sorologia colhida”, alerta Milena de Paulis.

O diagnóstico é clínico. Em outras palavras, o médico verifica os sinais e sintomas que estão por trás da doença. “Quando houver dúvida, pode-se pedir a sorologia para o parvovírus B19, além de testes moleculares para casos mais específicos”, explica Milena de Paulis. Como em toda infecção viral, não há tratamento específico. “O importante é manter a alimentação e se hidratar por meio da ingestão de líquidos. Para os sintomas como vômitos e dor podem ser indicadas medicações para amenizar essas condições, como antieméticos e anti-inflamatórios”, orienta ela.

Para prevenir o eritema infeccioso

  • Evitar ambientes aglomerados
  • Lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool gel
  • Não compartilhar alimentos ou bebidas com outras pessoas;
  • Permanecer em repouso em casa, não frequentar escola, creche ou festas de crianças durante o período da febre e nada de contato com mulheres grávidas ou com potencial de gravidez

 

(Fonte: Agência Einstein)

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