Bactéria "Yersina pestis", causadora da peste bubônica.
Doenças da Idade Média continuam circulando — e fazendo vítimas
Mesmo controladas, infecções como peste bubônica, hanseníase e cólera surgem em surtos localizados, expondo desigualdades no acesso a prevenção e saúde
Por Arthur Almeida, da Agência Einstein
A confirmação de um caso de peste bubônica no final de agosto nos Estados Unidos reverberou em diversos países. Muitos imaginam que essa doença — historicamente conhecida como “peste negra” — tenha ficado no passado, especificamente na Idade Média, quando se estima que tenha causado a morte de 75 milhões a 200 milhões de pessoas em todo o mundo. Mas, na verdade, ela ainda está entre nós — assim como outras enfermidades que entraram para a história.
Além da peste bubônica, cólera e hanseníase são exemplos dessas condições. E muitas delas, ainda hoje, são negligenciadas. “Isso ocorre por vários motivos, como pelo fato de que a prevalência de muitos desses problemas está relacionada a cenários de baixa condição socioeconômica e ausência de vacinas eficazes para erradicar ou controlar os patógenos”, explica a infectologista Christiane Reis Kobal, do Einstein Hospital Israelita. É justamente isso o que leva aos atuais surtos ou casos localizados.