Como o clima extremo em Belém afeta a saúde (e o futuro) da população
No pior cenário de aquecimento global, cada vez mais mortes por doenças respiratórias e cardiovasculares na capital paraense poderão ser atribuídas ao estresse térmico
Por Gabriel Alves, da Agência Einstein
Em Belém, cidade-sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), as variações de temperatura além do habitual já deixaram de ser uma característica meramente climática para se tornar uma ameaça concreta à saúde pública. Em dias muito quentes, o número de óbitos por doenças respiratórias e cardiovasculares atribuíveis às temperaturas extremas aumenta significativamente.
A informação é conhecida pela comunidade científica, com mais evidências surgindo nos últimos anos. Um estudo publicado em 2020 na revista Sustentabilidade em Debate mostra que a capital paraense tem picos de temperatura de bulbo úmido de 31,5°C, medida que combina índices de calor e umidade para traduzir melhor os efeitos da temperatura no corpo humano. Valores acima de 29°C já significam risco extremo para nosso organismo, que não consegue se resfriar adequadamente por meio da transpiração.