Imagem de Fundo

Brasileiros criam teste inovador para dengue

Ele é capaz de detectar os quatro tipos de vírus responsáveis pela doença, além de zika e chikungunya

14/11/2019 09h00 Atualizado há 4 anos

Por Fábio de Oliveira, da Agência Einstein

É o que se pode chamar de um três em um. Novo teste desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), associação civil sem fins lucrativos instituída mediante parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz e o governo paranaense, é capaz de detectar os quatro tipos de vírus que causam a dengue, além dos da zika e chikungunya. “É o único que faz isso no Brasil”, diz Fabricio Marchini, gerente de desenvolvimento tecnológico do IBMP e pesquisador da Fiocruz Paraná – Instituto Carlos Chagas. No caso específico da dengue, outros métodos não são capazes de diferenciar os tipos virais.

O novo exame será importante para o controle da epidemia em vários aspectos. Primeiro porque auxiliará na obtenção de diagnósticos precisos. Hoje, os testes usados na maioria dos serviços da rede pública detectam os anticorpos produzidos em resposta à presença de arbovírus, a família a que pertencem os vírus da dengue, mas também os vírus responsáveis pela zika e o Chikungunya. Isso pode levar a resultados falsos-positivos nos casos em que ocorre uma reinfecção.

“O resultado pode ser confuso”, explica o patologista João Renato Rebello Pinho, coordenador do laboratório de técnicas especiais do Hospital Israelita Albert Einstein e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. É fácil entender por quê: os sintomas iniciais das três doenças são muito parecidos (febre, erupção cutânea e icterícia – coloração amarela na pele ou nos olhos). Portanto, identificar corretamente se é dengue, zika ou Chikungunya e ainda apontar, no caso da dengue, qual o tipo de vírus, é a grande vantagem do método criado pelos brasileiros.

A resposta faz toda a diferença na escolha do tratamento. E também ajuda a acompanhar de que forma a epidemia está se apresentando no País, apontando a predominância do tipo do vírus de acordo com a área. É o tipo de informação que ajuda a entender melhor o comportamento do vírus, o que contribui para a formulação de práticas de prevenção e de combate mais eficazes.

O ZDC Biomol acaba de obter o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e poderá ser ofertado via Biomanguinhos/Fiocruz ao Ministério da Saúde.

(Fonte: Agência Einstein)

Notícias relacionadas