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Bolor e mofo: uma associação perigosa que agrava a bronquite

Exposição a fungos causa processo inflamatório não somente em alérgicos.

14/06/2021 10h25 Atualizado há 330 dias

Alexandre Raith, da Agência Einstein

Ao sair do banho, a casa fica cheia de vapor por causa das janelas fechadas? Ou há tempo as paredes têm manchas escuras de infiltração? Aquela blusa de lã mantida no guarda-roupa está com mal cheiro? Se você respondeu sim para todas as perguntas, cuidado. Esses são alguns exemplos de causa e efeito da presença de mofo ou bolor no imóvel onde você mora.

É importante fazer este diagnóstico para evitar a proliferação de fungos. O primeiro passo é saber que bolor e mofo são etapas diferentes da ocorrência de alérgenos no local, apesar de ambos provocarem os mesmos incômodos e doenças, sobretudo respiratórias.

De acordo com o otorrinolaringologista e alergista-imunologista João Vianney Brito de Oliveira, o bolor é o estágio inicial da ação de fungos e tem, geralmente, cor acinzentada. Enquanto o mofo é a fase avançada e, portanto, com maior poder de provocar doenças graves. Normalmente, a coloração é mais escura.

“Quando inalados e caso ultrapassem a barreira de proteção nasal, podem causar danos na mucosa, na garganta e nos pulmões, acarretando um processo irritativo e inflamatório e levando a doenças como rinite alérgica, sinusite fúngica, aspergilose e micose broncopulmonar, bronquite e asma”, afirma o coordenador do departamento de Alergia da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).

“É importante salientar que o mofo facilita a proliferação de ácaros, que são os principais alérgenos causadores de alergia respiratória como a bronquite”, acrescenta Oliveira.

Vale ressaltar, também, que o bolor e o mofo estimulam a manifestação da bronquite, entre outros problemas respiratórios, não somente em alérgicos. “Podem causar irritação na mucosa brônquica em qualquer pessoa, mas aqueles predispostos geneticamente a alergias são mais suscetíveis. Estima-se que 36% dos pacientes alérgicos podem ser sensíveis a estes alérgenos”, esclarece o coordenador da ABORL-CCF.

A prevenção e a limpeza correta de ambientes e roupas são importantes pelo fato de que a curta exposição ao bolor e ao mofo já pode causar um processo irritativo na mucosa brônquica. O longo contato com os alérgenos agrava ainda mais a inflamação e os sintomas, entre eles entupimento do nariz, chiado, tosse, dificuldade ao respirar, sinusite e reações alérgicas.

O quadro clínico da pessoa exposta ao mofo e bolor presentes nas paredes da casa pode piorar se os alérgenos atingirem a área interna do guarda-roupa. “Em roupas, geralmente, estão associados aos ácaros. Por isso, podem ser a causa de uma bronquite ainda mais intensa”, diz Oliveira.

Algumas medidas preventivas evitam o aparecimento e a ação de fungos:

  • Abra diariamente as janelas por pelo menos 30 minutos todos os dias;
  • Mantenha o banheiro sempre ventilado;
  • Limpe com frequência os armários com solução antimofo;
  • Deixe as portas do guarda-roupa abertas para arejar;
  • Libere um espaço entre os móveis e a parede para circulação de ar;
  • Impermeabilize solo, laje e paredes do imóvel, sobretudo em locais úmidos;
  • Confira regularmente se há vazamentos pela casa.

Em caso de paredes com bolor e mofo causados por excesso de umidade, a dica é fazer a limpeza com uma solução caseira de 200 ml de vinagre branco com uma colher de bicarbonato de sódio. Existem em lojas especializadas produtos com substâncias ativas antimofo. No entanto, se a ação dos fungos for grave, devido a infiltrações, recomenda-se a reforma do ambiente.

Fonte: Agência Einstein

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