Alta de cirurgia de fimose em adolescentes brasileiros alerta especialistas
Diagnóstico tardio e falta de acesso à saúde elevam em mais de 80% as internações de jovens em razão do procedimento, que deve ser realizado ainda na infância
Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein
Nos últimos dez anos, as internações cirúrgicas por problemas relacionados à fimose em adolescentes cresceram mais de 80% no Sistema Único de Saúde (SUS), segundo levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de dados dos SUS. Esse aumento acendeu um alerta entre urologistas, que veem na tendência um sinal de que o diagnóstico pode estar acontecendo tarde demais, quando a cirurgia é mais dolorosa, a recuperação é mais lenta e as complicações são mais frequentes.
A fimose é caracterizada pelo excesso de pele que recobre a cabeça do pênis e dificulta a retração do prepúcio. Ela é bastante comum nos primeiros anos de vida, inclusive recebe o nome de “fimose fisiológica”, e costuma se resolver espontaneamente até os 3 anos. O problema surge quando o prepúcio (essa pele que recobre a glande) não consegue ser retraído. Isso dificulta a higiene, favorece infecções e, mais tarde, pode causar constrangimento e dor durante as ereções.