Luto persistente afeta a saúde mental e eleva o risco de mortalidade
Sintomas intensos e duradouros de luto podem gerar adoecimento, maior uso de serviços de saúde e durar anos se não for tratado
Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein
A morte de uma pessoa querida é uma das experiências mais dolorosas que alguém pode enfrentar. A tendência é de que a dor vá diminuindo com o tempo, mas nem sempre é assim: para uma parcela dos enlutados, o sofrimento intenso se instala e se mantém, podendo afetar a saúde física e mental.
Durante dez anos, pesquisadores da Dinamarca acompanharam 1.735 pessoas enlutadas e concluíram que familiares que apresentam níveis elevados e persistentes de sintomas de luto (como tristeza intensa, dificuldade de aceitar a perda e sensação de vazio) usam mais os serviços de saúde e têm risco de morte aumentado por até uma década após a perda do familiar. Os resultados foram publicados no último dia 30 de outubro na revista Frontiers in Public Health.