
“Protocolo superbebê”: os riscos associados à suplementação sem evidência
Prática disseminada nas redes sociais preconiza o uso de vitaminas e minerais na gravidez, sem respaldo científico e com potenciais danos à saúde materna e fetal
Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein
Nos últimos meses, conteúdos sobre o chamado “protocolo superbebê” começaram a circular nas redes sociais. A proposta sugere que a administração de um coquetel de vitaminas, minerais e aminoácidos na gravidez pode potencializar o desenvolvimento fetal, supostamente aumentando o QI do bebê, fortalecendo sua imunidade e até garantindo um melhor desempenho físico ao longo da vida.
Contudo, além de não haver respaldo em evidências científicas, a prática traz riscos para a saúde materna e fetal. “Não há comprovação científica de que a suplementação indiscriminada durante a gestação aumente o QI do bebê ou melhore seu desempenho imunológico ou físico”, afirma o ginecologista e obstetra Rômulo Negrini, coordenador médico materno-infantil do Einstein Hospital Israelita. “É uma proposta sem base em estudos sérios, com riscos que superam em muito qualquer benefício hipotético.”