
Entidades médicas alertam para riscos de usar semaglutida manipulada
Associação Americana de Diabetes e entidades brasileiras ressaltam que as fórmulas manipuladas podem trazer risco à saúde; no Brasil, esses produtos não têm aval da Anvisa
Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein
A Associação Americana de Diabetes (ADA) publicou, em dezembro passado, um documento desaconselhando o uso das versões manipuladas dos medicamentos semaglutida e tirzepatida. Esses fármacos são aprovados pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, para tratar diabetes tipo 2, reduzir riscos cardiovasculares e auxiliar no controle de peso. Segundo a ADA, as versões manipuladas podem resultar em produtos com concentrações imprecisas ou impurezas, além de não oferecerem a garantia da origem e qualidade dos insumos, o que poderia comprometer a eficácia e a segurança do tratamento.
A semaglutida (vendida pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk com os nomes comerciais Ozempic e Wegovy) e a tirzepatida (fabricada pela estadunidense Eli Lilly como Mounjaro) são medicamentos biológicos. A semaglutida tem como princípio ativo substâncias agonistas do hormônio GLP-1, já a tirzepatida é um agonista duplo e estimula também um hormônio chamado GIP. Como resultado, elas diminuem o apetite e a resposta à ação da insulina.