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Cirurgia para “língua presa” cresce no Brasil; entidade médica pede cautela

Em dois anos, número de frenectomias no SUS aumentou 65%, segundo o Ministério da Saúde; Academia Americana de Pediatria emitiu alerta para onda de procedimentos desnecessários no país

27/08/2024 07h53 Atualizado há 247 dias

Por Victória Ribeiro, da Agência Einstein

Embora a maternidade seja frequentemente idealizada como um processo natural e instintivo, a amamentação pode se revelar um dos primeiros grandes desafios, sendo muitas vezes complexa e até mesmo dolorosa. Em alguns casos, a frenectomia — cirurgia para corrigir a “língua presa” em recém-nascidos — pode ser um recurso para que o bebê consiga mamar melhor sem causar fissuras nas mamas. No entanto, um relatório recente da Academia Americana de Pediatria (AAP), dos Estados Unidos, alerta que a popularização desse procedimento como uma solução para problemas de amamentação pode estar levando a intervenções desnecessárias, com eventuais riscos para a saúde dos pequenos. 

Segundo a entidade, a realização de frenectomias nos Estados Unidos aumentou dez vezes entre 1997 e 2012 e dobrou entre 2012 e 2014, saltando de cerca de 10 mil para 20 mil procedimentos. No Brasil, um crescimento significativo também foi registrado: em 2021, foram realizadas 28.777 frenectomias, número que subiu para 47.619 em 2023, um aumento de 65,47%, de acordo com o Ministério da Saúde. Vale ressaltar que esses números incluem apenas a rede pública, podendo ser ainda maiores quando considerados os procedimentos realizados no setor privado. 

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