
Mortalidade materna tardia: 30% das mortes acontecem até um ano após o parto
Novas pesquisas apontam que o risco de a mulher perder a vida não se encerra no pós-parto imediato e, por isso, os cuidados com a puérpera devem ser prolongados.
Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein
Por muito tempo se imaginou que o trabalho de parto e o nascimento fossem os momentos de maior risco para a mulher na gravidez. Mas novas pesquisas estão levantando algumas questões sobre essa suposição ao mostrar que os riscos de mortalidade materna continuam existindo por cerca de um ano inteiro após o parto, o que reforça a necessidade de um acompanhamento prolongado no pós-parto não apenas do bebê, mas da mãe também.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera mortalidade materna os casos de mulheres que perdem a vida durante o período de gravidez ou em até 42 dias após o término da gestação. As principais causas são as complicações obstétricas que estão relacionadas ao período de gestação e ao puerpério, entre elas, a hipertensão (pré-eclâmpsia e eclampsia); hemorragia pós-parto; sepse/infecção; complicações do abortamento e disfunções em geral. A mortalidade materna tardia ainda é um debate recente, por isso, o foco ainda se concentra na realização de um pré-natal cuidadoso e acompanhamento da mulher somente nos primeiros dias após o parto.