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Você já ouviu falar de mobilização precoce?

São exercícios fisioterapêuticos a quais são submetidas pessoas internadas em um hospital. Entenda sua importância para a recuperação do paciente

18/11/2019 11h00 Atualizado há 5 anos

Por Fábio de Oliveira, da Agência Einstein

Dados de diversas pesquisas indicam que 60% da fraqueza muscular que acomete quem fica hospitalizado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) se deve ao tempo de internação. Esse tipo de problema pode vir à tona devido à falta de movimentação no leito, o que, além dos músculos, muitas vezes afeta o pulmão e até a pele. Daí a necessidade de recorrer ao auxílio do fisioterapeuta. Para esses casos, o profissional uma um recurso terapêutico chamado de mobilização precoce. Seu uso tem sido mais difundido em UTIs desde o final dos anos 2.000. Saiba mais:

  1. O que é mobilização precoce?

Trata-se de intervenções de exercícios realizadas nos pacientes o quanto antes durante o período de internação. Esses exercícios podem ser colocados em prática com ou sem a colaboração do paciente, tanto no leito como fora dele, dependendo da sua condição clínica.

  1. Quais são os benefícios que ela traz para pacientes internados na UTI?

A mobilização precoce previne ou minimiza a perda de força muscular periférica e respiratória. Ela também mantém ou melhora a funcionalidade da pessoa. Traz ganho de qualidade de vida. Reduz o tempo de internação na UTI e no hospital, o tempo de ventilação mecânica (quando se respira com a ajuda de um aparelho). Diminui também os dias de delirium (estado de confusão mental).

  1. Que tipo de exercícios são empregados?
  • Passivo (paciente não colabora com a atividade) – pode ser através de:
    • movimentação passiva do fisioterapeuta no paciente com o objetivo de manter amplitude de movimento nas articulações, minimizar encurtamento muscular e melhorar a irrigação sanguínea local
    • uso de bicicleta adaptada no leito – o aparelho realiza o movimento no paciente. Dessa forma, preserva-se a amplitude de movimento e minimiza-se a perda de força muscular.
    • eletroestimulação neuromuscular – um aparelho emite estímulo para que o músculo se contraia, reduzindo a perda de força muscular.
  • Ativo-assistido – aqui o fisioterapeuta auxilia o paciente durante o exercício, porque ele não consegue fazer sozinho:
    • Pode dar suporte à pessoa por meio de apoio manual
    • Associa a eletroestimulação neuromuscular – paciente percebe o estímulo enviado pelo aparelho e realiza a contração ao mesmo tempo (isso promove maior efetividade da contração muscular)
    • Caminhada (com auxílio de aparelho para reduzir a sobrecarga na perna)
  • Ativo (paciente realiza o exercício sozinho)
    • Movimento do corpo todo realizado pelo indivíduo durante os exercícios
    • Bicicleta adaptada no leito para as pernas ou sentado para os braços – a pessoa faz todo o exercício sem ajuda do terapeuta ou do aparelho
    • Caminhada sem auxílio
  • Resistido (o exercício é realizado contra um peso para que o paciente ganhe ou mantenha a força muscular)
    • Uso de peso, halter, bola, bastão
    • Bicicleta com carga para exigir maior esforço muscular
  1. Os exercícios seguem uma progressão? 

Os exercícios são definidos baseados em uma avaliação de força muscular e funcionalidade do paciente, assim como do seu quadro clínico para exigir o nível mais alto de atividade e não o subestimar. A partir desse ponto inicial, existe uma programação para que a atividade vá progredindo ao longo da internação. A pessoa é avaliada diariamente para que ocorra o avanço dos exercícios.

Fonte: Raquel Afonso Caserta, coordenadora de fisioterapia do departamento de pacientes graves da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein  

 

(fonte: Agência Einstein)

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